Falar sobre o Mestre Dário é difícil e prazeroso. Difícil porque são tantas histórias, tanto prestígio que tem perante a comunidade iatista, que me sinto acanhado, como um marinheiro de 1° viagem, nesse universo de experiências.
Conhecido pelo seu notório saber, filiado na Federação Brasileira de Vela e Motor como desportista, Dário Sante Anastácio, nascido em 12/02/1929, mais conhecido como Mestre Dário faz jús a este querido título. A bordo da EFOMM, há quase 40 anos, participou da fundação do Grêmio de Vela da Escola de Marinha Mercante do Rio de Janeiro em dezembro de 1970, hoje EFOMM – CIAGA, com o ex-aluno José Mauro de Oliveira, 1° Comodoro do GV. Desde então, Mestre Dário ajudou a formar não só homens e mulheres do mar, mas também velejadores, comparecendo todos os dias à enseada de Ramos, na Baía de Guanabara , por ele considerado o melhor local do Rio de Janeiro para aprender a velejar, graças ao vento aliado às poucas ondas, facilitando o aprendizado.
Perguntado quando começou a velejar, o Mestre disse apenas que foi há muito tempo, quando, na baleeira de seu pai adaptada com um mastro, deu seus primeiros bordejos. Daí em diante a história é longa, cheia de aventuras, aprendizados e surpresas.
Uma das histórias marcantes contada por ele foi o afundamento do Velamar 22-Alegrete, que aconteceu duas vezes, na última, com o Mestre e o ComCa, Cmt Maurício a bordo velejando para Angra dos Reis. Felizmente haviam perdido o leme antes e tinham pedido socorro, prestado pela Fragata Niterói. Durante o reboque as ondas embarcavam pela pôpa, ficando apenas com o mastro de fora, até a Marina da Glória, onde afundou, mas foi recuperado pelo rebocador do Charitas.
Outra história ocorreu durante a adaptação dos candidatos-alunos, na primeira experiência com vela. Percebendo a chegada de mau tempo durante a aula, sabiamente o Mestre ordenou a volta para o píer. Um canditado então pergunta se o barco tinha pára-raios e o Mestre responde: “você está de frente para um bem grande” – apontando para o mastro do escaler.
Uma das lamentações foi a construção das pontes que ligam a Ilha do Governador ao continente em 1949. Isso bem antes do Meste embarcar no CIAGA, mas há muito como velejador. A ponte mais antiga deveria ter um vão livre de 11 metros, porém acabou ficando com 8,7 metros devido ao erro de interpretação do engenheiro ao calcular 11 metros a partir do chão da ponte e não da parte mais inferior da estrutura até a superfície da água (vão livre), restringindo o acesso de embarcações com guinda acima de 8,7 metros.
texto e fotos por Of.Al. Cipriano e Al. Leandro
11 de junho de 2009 às 19:06
Todas as homenagens ao querido Mestre Dario que formou gerações de velejadores da EFOMM são merecidas. Realmente uma lenda viva não só do GVEFOMM como de toda a EFOMM e CIAGA. Sugiro novamente batizarem o GVEFOMM com seu nome e colocarem uma placa de bronze imortalizando-o. Fui seu aluno de 1983 a 1985 e carrego comigo até hoje os ensinamentos do querido mestre.
15 de junho de 2009 às 9:58
É com grande satisfação que descobri essa publicação de nossa querida escola, agora online, mais ainda por poder relembrar o grande mestre de velas Dario, com quem aprendi muito as artes das velas e dos ventos, sempre bom, poder rever pessoas que algum dia te ensinaram a ver o mundo de uma maneira diferente, pois sempre fazemos a comparação da vida com um grande barco a vela, aonde devemos enfurnar nossas velas de acordo com o vento, não esquecendo de mantermos um bom governo. Um forte abraços a essa nova geração que esta mostrando que podemos acreditar num futuro promissor e ao meu grande Mestre Dario, para que continue a ensinar a estes jovens a singrar o mar, bonito e fascinante, como diz a nossa música. Bons ventos a todos.
7 de agosto de 2009 às 11:50
GRANDE MESTRE DÁRIO!
Este homem, o também saudoso Mestre Pedro e o Mestre Sidney moldaram meu dia-a-dia naquele Grêmio de velas!!!
Abraço pro Sr Mestre Dário!!
13 de agosto de 2009 às 3:24
Comandante Sérgio de Moura, já estamos correndo atrás do batismo do GVEFOMM com o nome do Imortalizador de ensinamentos, GRANDE MESTRE DÁRIO, não sei porque existe qualquer placa de bronze com outro nome fincada na Garagem do GVEFOMM. O mestre nos ensina coisas que vou passar para todos ao meu redor, tenho orgulho de ser imediato da embarcação ALEGRETE, da qual o mestre sempre conta saudosas e ainda temíveis histórias.
14 de novembro de 2009 às 19:56
O MESTRE DÁRIO, assim conhecido no mundo da vela, foi uma das pessoas que mais valor agregou à minha profissão, junto com os professores da EFOMM.
Tenho um orgulho imenso ao falar para as pessoas que saí do interior do Rio de Janeiro sem saber o que era velejar e após treinamentos intensivos sob a supervisão do Mestre Dário, pude vencer várias regatas e aprender muitas lições de vida, pois minhas vitórias não estavam apenas em “cruzar a raia” comemorando, mas ao aprender o verdadeiro sentido do trabalho em equipe.
Obrigado, Mestre!!!
20 de janeiro de 2010 às 10:39
Gostaria aqui de também prestar minha homenagem ao grande Mestre Dario. Em nossa vida temos muitos professores, mas só a alguns podemos chamar de Mestres, na acepção da palavra, e o Mestre Dario é com certeza um deles. Lembro que os momentos que passava na equipe de vela eram um refresco aos rigores do regime militar, ao qual nunca consegui me adaptar totalmente. Talvez nem tivesse chegado ao final do curso sem essa ‘válvula de escape’. Fui aluno desta Escola de 82 a 84 e fiquei muito feliz e gratificado de encontrar este trabalho feito pela galera nova e disponível para nós, saudosistas. Hoje já não mais singro os mares, pelos caminhos da vida acabei “cambando” de profissão, mas guardo boas lembranças dos tempos de escola e especialmente dos momentos que passei no Grêmio de Vela, do qual cheguei a ser Capitão da Gloriosa Flotilha de Escaleres! Tb fiquei feliz em saber que o agora velho e duplamente naufragado Alegrete continua ativo. No meu tempo era novinho em folha (e eu também!) e fiz parte da tripulação que fez a primeira viagem de Ramos a Angra, também com alguns percalços e cheia de boas lembranças.
Não sei se ele lembrará de mim, mas peço que mandem um grande abraço carinhoso e minha homenagem pessoal.
Coelho Soares
28 de maio de 2010 às 11:40
Os comentários acima e a terna lembrança dos milhares de Alunos que foram treinados pelo querido Mestre Dario em 40 anos são o que de melhor ele poderia desejar como reconhecimento pelo seu excelente trabalho no GVEFOMM mas a idéia da placa é ótima e deve ser levada adiante. Muitíssimo obrigado por toda sua dedicação a todos nós, Mestre Dario.
3 de abril de 2011 às 13:30
Querido e amado Mestre Dario, adorei ver sua entrevista e sua sala de aula. Não velejo mais mas jamais esquecerei sua voz poderosa que eu conseguia ouvir la perto do Galeão. Muita saúde!
5 de maio de 2011 às 19:43
Ao querido Mestre Dario meus eternos agradecimentos por ter me formado uma velejadora e por seus 40 anos dedicados ao GVEFOMM.
31 de dezembro de 2011 às 7:16
Inesquecível Mestre Dário, que bela homenagem lhe prestaram com este artigo e com todos esses comentários elogiosos mais que merecidos. Esta placa de bronze com seu nome já foi feita? Onde ficou? Obrigado por ter existido em nossas vidas Grande Mestre.