Hoje foi um dos dias mais produtivos de todos. Finalmente desatracamos do terminal da DOW Química, logo no início do Porto de Santos, onde passamos os últimos dias. A manobra aconteceu aproximadamente às 2h30AM, como estávamos exaustos, acabamos não acordando e perdemos a oportunidade. Sem razões para tristeza, poderemos acompanhar a próxima manobra de desatracação, que deverá ocorrer em até dois dias.
Sairemos para o próximo terminal, onde infelizmente teremos que desembarcar para retornar ao Rio de Janeiro, em tempo hábil para o início do segundo semestre letivo. O navio seguirá rumo a Salvador que nós não teremos a oportunidade de conhecer. Não podemos reclamar de nada, estamos tendo oportunidades únicas de ver na prática todos os equipamentos que passamos os últimos dois anos estudando.
Pela manhã já estávamos familiarizados com a localização dos equipamentos e com a Praça de Máquinas o suficiente para poder fazer o que vários mestres já haviam dito ser importantíssimo: correr as redes. Correr uma rede significa acompanhar visualmente todo o trajeto que as tubulações fazem, identificando no caminho os desvios e válvulas e a razão pela qual tais acessórios foram instalados em tais lugares.
Isso é muito importante por duas razões: a primeira é que ajuda na familiarização com as válvulas e no entendimento de como as manobras devem ser realizadas e a segunda é que em casos de emergência, raciocínio rápido é necessário e você não tem como se sentir seguro operando uma válvula que você não tem certeza absoluta de que vai fechar a rede que se quer isolar.
Enquanto corremos a rede de óleo diesel identificamos a admissão e os retornos dos MCAs (motores de combustão auxiliares, que acionam geradores para produção de energia elétrica), a admissão para o misturador de combustível do MCP (motor principal do navio), que mistura o óleo diesel com o óleo pesado na proporção desejável para cada situação, os purificadores de óleo diesel alimentados pelo óleo do tanque de decantação e descarregam no tanque de serviço, além dos drenos desses tanques. Estávamos tão animados em finalmente compreender como toda rede funciona que o Sub-Chefe acabou chamando a nossa atenção por que já estávamos passando do horário limite para almoço.
Enquanto realizávamos nossa refeição e discutíamos o que tínhamos observado, o Al. Túlio teve a idéia de tentar visitar os navios que estavam atracados conosco. Pedimos permissão ao Chefe de Máquinas e ao Imediato e desembarcamos. Tivemos a oportunidade única de conhecer três outras Praças de Máquinas, mas isso é assunto para uma outra matéria.
por Of. Al. Lorenzeto
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