As figuras de proa são figuras decorativas geralmente talhadas em madeira, ornamentadas e pintadas segundo a hierarquia das embarcações. Foram muito utilizadas entre os séculos XVI e XIX em galeões. Paulatinamente foram desaparecendo com o surgimento das embarcações de aço e ferro da Primeira Guerra Mundial.
As figuras de proa, que tinham o objetivo de decorar e proteger a tripulação contra monstros, serviam também para identificação da sociedade marinheira daquela época.
No Brasil as figuras de proa também tiveram um papel importante na história. Segundo os historiadores, as barcas que circulavam pelo rio São Francisco foram as únicas embarcações primitivas de povos ocidentais que usaram figuras de proa, nacionalmente conhecidas como CARRANCAS.
Carrancas são esculturas que surgiram da cultura nordestina, da população ribeirinha do rio São Francisco por volta de 1875 até 1940.
As figuras de proa serviram, no início, de amuleto de proteção e salvaguardavam os barqueiros, viajantes e moradores contra as tempestades, perigos e maus presságios. Serviam também para espantar animais e duendes moradores do rio São Francisco, que de noite saíam das profundezas das águas para assombrar a população(misticismo e crença local).
Com o declínio do ciclo das barcas no Brasil, em 1940, essas esculturas artesanais deixaram de ser figuras de proa e passaram a ser objetos de arte popular presente nos museus, exposições, feiras artesanais e coleções.
por Al. Souza Mattos
O Jornal Pelicano foi criado e é mantido pelos alunos da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante com recursos fornecidos pela Sociedade Acadêmica da Marinha Mercante. Todo seu conteúdo pode ser reproduzido de acordo com a Creative Commons Attribution 2.5, para mais informações sobre os termos de uso veja http://pelicano.sammrj.com.br/sobre.
2 de novembro de 2009 às 20:40
Muito interessante… continuem pesquisando assim! Parabéns!!