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    Entrevistas » quarta-feira, 10 de março de 2010 »
    Entrevista com 2OM Daniel Lobo

    foto_daniel_loboBom, sou o Daniel Lobo, tenho 22 anos e atualmente estou para embarcar na empresa NORSKAN como 2º Oficial de Máquinas.

    1. Como você conheceu a EFOMM? Quando entrou? Como foram os 3 anos dentro da escola?

    Conheci a EFOMM atraves de amigos. Entrei em 2006 e posso dizer que esses 3 anos dentro da escola foram um misto de stress e alegrias e considero que ter passado por essa experiencia valeu muito a pena.

    2. O que você aprendeu na convivência dentro da escola que utiliza hoje em dia? Se pudesse voltar e mudar algo que fez na escola o que você mudaria?

    Acho que na escola aprendi bastante em relação a convivência com pessoas, ja que passava a semana inteira “preso na ilha” com as mesmas pessoas. Aprendi também que não importa o quanto você queira fazer as coisas corretas e de forma fácil porque sempre terá alguem acima de você e no fim das contas você terá que fazer do jeito dele. Mas não sei se mudaria algo em relação aos meus 3 anos de EFOMM, talvez apenas algumas pequenas atitudes.

    3. Como foi sua praticagem? Em que navios você ficou? O que realmente aprendeu? Como foi a experiência?

    Minha praticagem foi bem chata mas também me fez aprender muito, de forma que não esperava aprender tanto em tão pouco tempo. Passei pelo navio DP/ST Ataulfo Alves da Transpetro e pelo Skandi-Rio da Norskan. Considero que a praticagem foi ruim por não ter conseguido conhecer portos e lugares na única época da profissão que considero que tinha alguma chance, mas em relação ao lado profissional acho que foi excelente.

    4. Qual motivo te levou a escolher offshore? Como está o mercado de trabalho para essa área que você escolheu?

    Escolhi o offshore pelo mesmo motivo que 99% escolhem que são salário e escala de trabalho. O mercado de trabalho no setor de offshore esta cada vez aumentando mais e ainda com um deficit muito grande de oficiais.

    foto_daniel_lobo25. Quais são suas pretensões na Marinha Mercante, seguir carreira ou ir trabalhar em terra? Por quê?

    Ainda não sei se continuarei trabalhando por muito tempo em navios. Acho que esse ano de 2010 vai me ajudar a definir isso de forma geral. Mas pretendo completar engenharia e trabalhar em terra daqui a um tempo, apenas não sei dizer daqui a quanto tempo. Mas quem sabe eu não acabo gostando e chego a chemaq.

    6. Como você encara a situação de ficar longe de seus familiares, estando embarcado? Você recomenda algo para ajudar a sanar essa dificuldade?

    Trabalhar longe da familia e do mundo de forma geral é algo que vai drenando suas energias com o tempo. Quanto mais o tempo passa mais você fica desanimado com o momento do embarque. Não considero que exista algo que possa sanar essa dificuldade, mesmo internet e telefone a bordo só conseguem amenizar um pouquinho esse problema de estar “sozinho” e tão longe, porém uma boa tripulação ajuda bastante.

    7. Quais são seus principais medos no quesito mercado de trabalho?

    Não tenho muitos medos em relação ao mercado de trabalho. Meu principal medo é não conseguir ser bom o suficiente na minha função apesar de que considero que a experiência no trabalho faz muita diferença nessa profissão. Então é so deixar o tempo passar e se dedicar.

    8. Deixe um conselho para os alunos e futuros alunos da mercante?

    O conselho pelo lado profissional seria de tentarem conversar com professores que se formaram na própria EFOMM e que têm bastante experiência em navio sobre o que se deve realmente aprender na escola. O conselho para aqueles que estão entrando ou que pretendem entrar é de procurar não ligar muito para os problemas na escola, principalmente em relacao ao militarismo, e tentar aproveitar esses 3 anos na EFOMM. Mas o principal conselho após esses 3 anos é que a verdadeira MM só vai ser conhecida por cada um apartir do momento que embarcarem para a praticagem.
    Boa sorte a todos aqueles que ja estao na EFOMM e também aos que pretendem entrar para a escola. No final tudo vale muito a pena.

    Comentários

    1. neto disse:

      muito bom o artigo..sou do ciaba e faço máquinas então deu pra aproveitar a experiência passada nessa entrevista…espero que vocês continuem entrevistando oficiais,pois eles conhecem a realidade que em breve encontraremos…espero tambem que futuramente possa ter uma entrevista com algum CHEMAQ pra ter a visão de quem já está há muito tempo na área, sua experiencia a bordo…
      abraço pra todos os editores do pelicano e toda galera do ciaga…

    2. Rodrigo Cintra disse:

      Muito bom ver que o Jornal está buscando este contato com os Oficiais já formados.
      Este contato é de suma importância para vosso esclarecimento, tanto técnico como profissional.
      Ao ver este Pelicano on line, como ex Editor Chefe do Jornal e ex Diretor de Imprensa da SAMM, fico muito feliz por ver que um trabalho que fora reativado pela minha geração, além de não ter se perdido, ainda foi melhroado.
      Estão todos de Parabéns.

      Saudações

      Rodrigo Cintra
      Rig Maintenance Supervisor
      Polvo A Drilling Platform
      Devon Energy / Petroserv

      Turma Primeiro Oficial de Máquinas Manoel Inocêncio de Sousa Alves
      EFOMM / RJ – 2001 / 2004

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