A palavra pirata originada do grego, deriva de “tentar, assaltar”, significa um marginal que, sozinho ou organizado em grupos, navega os mares com o intuito de promover saques, assaltos a navios e a cidades obtendo riqueza e poder. Os piratas aterrorizavam os navegadores inclusive à época de Cabral, onde saqueavam, roubavam, afundavam, aprisionavam e até, matavam toda a tripulação a bordo da nau que atacavam. Ainda que os piratas sejam conhecidos através de filmes, eles ainda existem e estão auferindo lucros exorbitantes com a atividade que chega a dar inveja ao Capitão Jack Sparrow.
Parece que esta situação se trata de história antiga, e que este crime não tem espaço na atualidade. Porém, nem tudo são mares de rosas quando se fala em segurança no mar. Nos dias de hoje, os piratas usam as rotas comerciais de navios mercantes para poderem sequestrá-los, e exigirem grande quantia em dinheiro dos armadores para liberar a tripulação, ou seja, ocorre extorsão para a devolução da carga e da equipe a bordo.
Segundo dados das Nações Unidas, até o ano de 2010, a pirataria já havia causado um prejuízo estimado de US$ 7 bilhões, equivalentes a cerca de R$ 12 bilhões. A Organização Marítima Internacional (IMO – sigla em inglês) já rastreou os locais, como a Costa Oriental do continente africano, principalmente a região da Somália, onde o índice de navios seqüestrados por piratas tem sido alto, e vem continuamente aumentando. Especialistas indicam que o crescimento da pirataria na área está diretamente relacionada à péssima qualidade de vida das pessoas naquele país, e a um Estado enfraquecido, incapaz de impor e fiscalizar as leis.
A localização da Somália facilita a atividade ilícita, pois a costa norte do pais é banhada pelo Golfo de Áden, uma das mais importantes e perigosas rotas do planeta, conhecida como “Beco dos Piratas”. Cerca de 30% do petróleo bruto mundial circula pela área.
Os ataques piratas afetam não só o transporte de petróleo como a produção do mesmo. Por exemplo, a Nigéria que não possui uma Marinha de Guerra eficiente para combater os ataques, teve sua produção contraída em aproximadamente 14%, deixando de ser o maior produtor africano de petróleo. Além disso, a pirataria está elevando o custo dos seguros dos navios e o custo da diária das embarcações, já que muitas optam por contornar toda a costa africana passando pelo Cabo da Boa Esperança, evitando atravessar o Canal de Suez.
A partir da ocorrência cada vez maior de ataques piratas, estão sendo desenvolvidos sistemas antipirataria que consistem na defesa não-letal como esguichos de gás de pimenta para proteger a tripulação e os navios desta grande ameaça, mormente na Costa Oriental Africana.
A Organização das Nações Unidas – ONU – pode enviar tropas para a Somália para restaurar a ordem no local, porém não será suficiente para extinguir o problema, já que o país está enfraquecido pelas guerras civis que vem enfrentando, e não possui instituições públicas eficientes. Só o fortalecimento da Somália como Nação poderá revolver o problema.
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