• Fotos
  • TV!
  • Links
  • Projeto Memória
  • Sobre o Jornal Pelicano
  • Processo Seletivo EFOMM 2014

  • 3920
    Cultura, Curiosidades » sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013 »
    Heróis da Marinha Mercante: CLC Luiz Augusto Cardoso Ventura

    O Jornal pelicano, semanalmente, vem trazendo aos nossos leitores histórias de alguns profissionais da Marinha Mercante que se tornaram verdadeiros heróis. São fatos inspiradores que nos revelam uma das mais importantes e belas virtudes do homem do mar, o cooperativismo. Acima de tudo nos faz refletir, incentivando-nos a navegar por mares, sejam eles tranquilos ou não, mantendo nossos ideais e fazendo uso da coragem, bravura e benevolência que são caractéristicas típicas dos grandes profissionais do mar.

    Essa semana, o nosso homenageado será o CLC Luiz Augusto Cardoso Ventura, que no comando do navio minero-petroleiro de 273 metros, o ”jurupema”, conseguiu resgatar 27 vidas.

    Embarcaremos agora em mais uma incrível operação heróica compartilhada pelo comandante da embarcação e sua brilhante e competente tripulação.

    NM-LL-CHILE-Tempestade-no-Oceano-Pacifico-1974

     

    CLC Luiz Augusto Cardoso Ventura

    O navio minero-petroleiro “Jurupema”, carregado de óleo cru,  retornava do Golfo Pérsico em direção ao litoral paulista com um tempo estimado de viagem de aproximadamente 22 dias. Após enfrentar mares tenebrosos e fortes tempestades com força entre 9 e 10 na escala Beaufort, chegando no Golfo de Áden no dia 22 de Julho de 1996, o Cmte. Ventura teve uma infeliz surpresa. Nesse dia ele recebeu um telex do RRC (Rescue Coordination Center) de Pireus-Grécia informando a todos os navios que navegavam naquela região que o Cargueiro Sundance, de bandeira cipriota, enfrentava sérios problemas e poderia naufragar. O telex ainda acrescentava que o navio estava com água na altura do porão nr. 1 avante e embicava perigosamente. O navio Sundance tinha um total de 29 pessoas a bordo.

    O comandante do “Jurupema” então, com objetivo de ajudar a embarcação sinistrada, calculou que seriam necessárias 8 horas para uma possível aproximação e informou ao RCC e a transpetro que socorreria a embarcação Sundance por motivos humanitários. Em resposta, o RCC informou que mais próximo do Sundance encontrava-se uma fragata francesa e o cargueiro Condor com os quais, mais tarde, tentou comunicação . O cargueiro foi o único a responder e lamentar o fato de não poder ajudar, já que a embarcação enfrentava problemas devido ao mau tempo. Fazendo contato novamente com o comandante do jurupema, o RCC pediu assistência para as 29 vidas que se encontravam em perigo.

    Estabelecendo comunicação com o comandante da embarcação Sundance pelo rádio, o Cmte. Ventura perguntou qual tipo de assistência o navio necessitava. Em resposta ao “Jurupema”, ele informou que sua embarcação encontrava-se em uma situação crítica já que as bombas já não conseguiam trabalhar efetivamente na tentativa de eliminar a água. Ainda acrescentou que estava tentando alcançar a ilha de Socotra onde havia uma base russa que poderia prestar os reparos necessários na embarcação. Por segurança, o comandante de nacionalidade ucraniana pediu que o Cmte. Ventura que o seguisse em caso de imprevistos.

    A embarcação Sundance infelizmente não conseguiu alcançar o seu destino e começou a ir a pique. Sem comunicação com o comandante ucraniano, o comandante do “Jurupema”, orientando-se pelas luzes do convés que continuavam acessas, iniciou a aproximação quando avistou duas pessoas flutuando com o auxílio de coletes salva-vidas. Como era muito arriscado parar suas máquinas devido as grandes ondas, ele decidiu seguir em direção ao Sundance.

    O Cmte. Ventura avistava foguetes vindo da embarcação com mais pessoas a ser salvas. Ele optou por seguir seu rumo deixando, com muito pesar, as duas outras vidas. Foi uma decisão muito difícil.

    jurupema_1977_web

    Fonte: CLC Álvaro José de Almeida Júnior

    Website: centrodoscapitaes.org

     

    O “jurupema” conseguiu realizar a aproximação mesmo com ondas de grandes amplitudes e resgatou, pois, as outras 27 vidas  desembarcando-as em segurança em Durban, África do Sul, após 10 dias de viagem.

              O Cmte. Ventura, humildemente, se nega a ser considerado um herói, e até hoje lamenta-se pelo fato de não ter conseguido salvar todas as 29 vidas. Um exemplo de profissionalismo do comandante e de sua tripulação.

    Comentários

    Outras matérias interessantes...

    Heróis da Marinha Mercante15 de fevereiro de 2013
    Navios quebra-gelo10 de novembro de 2013