Adaptar-se. 1. Mudar os hábitos e conduta a fim de obedecer a um padrão. 2. Acostumar-se com uma nova rotina. 3. Reinventar-se.
Muitos dos alunos de 2011, ao término da adaptação, ousaram se reconhecer frente ao espelho: arranhões, hematomas, queimaduras. Estávamos realmente mudados. O retrato de um período desafiador e vibrante marcado na pele.A essa hora, alguns mostravam – mais do que outros –um nervosismo e insegurança que não passavam (e demorariam a passar). E nesse momento, sobretudo, os campanhas se entreolhavam. Muita coisa era dita no ar. Muitas pontes haviam sido feitas. Enquanto uns choravam de emoção, outros gargalhavam triunfantes. “Enfim, feras!”. Era esse o sentimento que contagiava todos nós. Entretanto, o que isso tudo queria dizer?
Três minutos. Tope. Certamente não há ninguém que conheça melhor o tempo do que o aluno da EFOMM. Quanta coisa fazer em três minutos! Quanto chão! No frenesi dos milésimos de segundos, só faltamos voar. Alguns chegavam na marca. Outros tinham que ficar para trás. Era campanha que se enrolava com o sapato, outros com o pé-de-cabelo, e ainda outros com o vinco duplo que insistia em não sair. Nessa hora, era difícil sair do camarote. Ou saíam todos, ou saía ninguém: espírito de corpo. Não éramos um bando. Não éramos um grupo. Éramos uma turma! E a cada dia que passava a mensagem incutia mais na mente e sentíamos a energia pulsar na veia cada vez mais forte, drenando qualquer cansaço ou desânimo.
Não bastassem os fantasmas da adaptação – as fainas e sugas intermináveis –, havia outro que não perdoava ninguém. Nem os mais padrões, nem os mais “apagados”. Era a carência. Quantos de nós não desabamos no ombro de algum amigo feito crianças? E pior, sem nenhum pudor? Na ausência da família e do mundo externo – e com uma carência assustadoramente admissível -, encontramos os veteranos adaptadores. E eles nos encontraram também. Entre uma posição-de-flexão-um-dois e um auditório-abrolhos, nasciam os grandes afetos. Passamos a entender o motivo de cada esforço e a nobreza de cada movimento. Passamos a valorizar aqueles que estavam à nossa frente e a respeitá-los. Sentíamos orgulho deles e vice-versa. Completando um espaço em cada um de nós, os adaptadores se fizeram mais presentes e consolidaram em nós o moral; a superação; a vitória.
Qualquer um, ao se deparar com um aluno da EFOMM, saberá reconhecê-lo sem querer: um olhar fixo no horizonte perdido e um brilho certeiro como a superfície do mar… Sonhadores dos grandes oceanos com a carta náutica na palma da mão. Hoje compreendemos e não existem palavras para explicar. Enfim, feras!
Por Al. Taranto
2 de março de 2011 às 10:41
Achei lindo, emocionante o que foi escrito sobre a adaptação 2011.
2 de março de 2011 às 10:43
Parabéns pela mensagem que foi passada da adaptação 2011
3 de março de 2011 às 7:19
O aluno escreve muito bem. Gostei da matéria.
Parabéns!
3 de março de 2011 às 17:00
O ALUNO SOUBE BEM DESCREVER O SENTIMENTO DE QUE CADA AL UNO SENTIU, E É EMOCIONANTE SENTIR QUE POR TUDO QUE ELES PASSARAM HOJE SE SENTE REALIZADOS E ISSO QUER DIZER QUE TUDO VALEU A PENA, PARABÉNS PARA O MEU FILHO QUE PASSOU POR TUDO ISSO E A TODOS OS ALUNOS QUE CONSEGUIRAM SUPERAR TODOS OS OBSTÁCULOS E HOJE COM ORGULHO SE TORNARAM FERAS. PARABÉNS A TODOS TENHO CERTEZA QUE TANTO EU QUANTOS SEUS PAIS SENTEM MUITO ORGULHO DE TODOS VOCÊS. UM GRANDE ABRAÇO A TODOS.
3 de março de 2011 às 20:52
Como escreve bonito! Esse aluno é um SHOW!
4 de março de 2011 às 20:12
que texto lindo! parabéns!
6 de março de 2011 às 17:13
Como já disseram nos outros comentários, o campanha Taranto escreve muito bem. Porém quem participou da adaptação,como eu, sabe que não são apenas palavras bonitas. Tudo que ele disse descreve exatamente os sentimentos de quem estava lá.
Parabéns, Taranto. Seu artigo não poderia ter ficado melhor.
8 de março de 2011 às 13:15
Ótima escrita,tanto na parte de conteúdo como na parte de escrita.
25 de março de 2011 às 18:59
taranto vc descreveu o que cada ex candidato-aluno sentiu. Hoje já como aluno sabemos o quão importante foi a adaptação para nós. E como seu amigo eu pude ver quantas dificuldades vc passou e como se esforçou e vibrou para supera-las. parábens pelo artigo xD
21 de fevereiro de 2012 às 17:17
Taranto, lendo o seu texto, pude voltar àquelas emoções que sentimos na adaptação.
Assino em baixo com relação à carência.
Fomos levados ao extremo. Hoje, valorizamos muito mais quem usa a gloriosa farda branca.
Difícil falar de tanta coisa, tanta subjetividade… mas você conseguiu!
Parabéns, fera, você merece ser chamado assim:fera!
(Hoje, todos merecemos)