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    Mundo, Navios » quinta-feira, 25 de julho de 2013 »
    Em terra de ninguém

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    Recentemente, o curioso caso de uma pequena embarcação russa chamou a atenção dentro e fora do círculo marítimo mundial. O antigo navio de passageiros Lyubov Orlova, cuja construção data de 1976, foi deixado pelo governo canadense totalmente à deriva. Aparentemente, as desventuras em série da embarcação, que em outros tempos explorou as gélidas águas da Antártica e dedicou-se a curtas rotas internacionais, se estendem desde 2010, quando Lyubov Orlova era mantido no porto de St. John, em Terra Nova, no Canadá – o navio enfrentava problemas legais com mais de $250000 em taxas não pagas pelos proprietários. Dois anos depois e em mau estado de conservação, foi vendido como sucata por uma pechincha no mês de fevereiro, tendo sua retirada prevista para maio. Novas atribulações fizeram com que o Lyubov Orlova só viesse a ser movido, efetivamente, em janeiro de 2013, rebocado com destino previsto à República Dominicana.

    lyubov-orlova-icy-passageEis que um novo infortúnio fez com que o navio ficasse à deriva próximo de Terra Nova: os cabos de reboque se partiram em função do mar agitado. Tentativas frustradas de recuperá-lo foram empreendidas pelo rebocador que, devido aos insucessos e perigos da manobra, largou sua carga de 100 metros de comprimento à própria sorte no Atlântico Norte. Mas novas empreitadas para rebocar o Lyubov Orlova se fizeram necessárias quando a embarcação se tornou um risco iminente à segurança de instalações de petróleo offshore, de modo que a solução foi prendê-la ao navio canadense Rb Atlantic Hawk, solução essa da qual o governo logo desistiu. “O navio se afastou em águas internacionais e, dado os padrões atuais e os ventos predominantes, é muito improvável que volte a entrar em águas sob jurisdição canadense”, afirmaram as autoridades.

    O Lyubov Orlova não teve um final feliz, aliás, sua história não teve sequer um final. O navio permanece em algum ponto do oceano Atlântico sendo monitorado apenas para não interferir no transporte internacional, de modo que a responsabilidade acabará ficando por conta da nação que o receber por acaso ou afundará junto com ele. O blog Where is Lyubov Orlova?, que se dedica à procura, é de onde vêm as últimas informações sobre o caso:

    “Still nothing on the Orlova.” 

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