Hoje, Zé Peixe é conhecido, reverenciado e aclamado por marinheiros do país inteiro. A maestria de Zé Peixe consiste em receber os navios em alto mar e guiá-los até a atracação no porto e vice-versa, tal como qualquer prático, evitando as armadilhas dos canais. Isso seria normal não fosse o fato deste senhor fazê-lo a nado. Para alcançar os navios, ele pega carona em alguma embarcação e desce a seis quilômetros da costa, na Boca da Barra. Nada até uma bóia de sinalização, onde espera a chegada do navio. Quando o navio chega, ele é içado a bordo e assume a pilotagem até o porto. O mais impressionante é o processo inverso, ao retirar o navio do porto. Normalmente, um prático usa um barco de apoio para retornar a terra. Mas esse não é o caso de Zé Peixe. Ele segue com o navio até a Boca da Barra e ali avisa ao comandante do navio que descerá da embarcação mergulhando! Salta, então, de alturas muitas vezes superiores a 40 metros, deixando atônitos capitães e marinheiros.
Zé Peixe nunca errou em sua profissão e conhece o mar de Aracaju como a palma da mão. Sabe a profundidade das águas pela cor e por variações marítimas de temperatura. Hoje está aposentado, e continua trabalhando, embora não se importe com o dinheiro que recebe. Seu salário é distribuído por ele a pedintes, velhos pescadores que não podem mais trabalhar e não têm nenhum tipo de amparo, catadores de caranguejo que não tiram seu sustento do mangue ou pobres que caíram na infelicidade da bebida e esmolam pelas ruas. O interessante é que ele mesmo não tem nada, sua casa é um casebre entulhado de tudo que juntou na vida – ele não joga nada fora!
Zé Peixe virou biografia (não autorizada) em Aracaju. A obra deveria ser distribuída gratuitamente, mas os autores ignoraram o pedido da família e colocaram à venda. Agora, uma segunda biografia, desta vez oficial, está a caminho. Quem prepara é sua sobrinha-neta Luciana Shunk.
Zé Peixe não fuma, nunca bebeu álcool, dorme às 8 da noite e acorda quando o dia ainda não amanheceu. Apenas abre um largo sorriso quando parte para o mar. Longe dele, sente-se um peixe fora d’água, mas, nele, é um feliz homem sem sapatos.
por Al. Serpa
19 de julho de 2010 às 15:08
Viva o Zé Peixe.
7 de fevereiro de 2011 às 19:00
Muito boa a reportagem apresentada. Pois é. O Zé Peixe é meu amigo, continua e continuará uma lenda viva em Aracaju_Se. Gostaria que voces visitassem o Zé, em sua residencia,e verifiscassem o seu estado de saude. É muito triste. Acomentido de Mal de Halzaime e outras enfermidades advindas dessa doença degenerativa e da própria idade, à mercê da indiferença dos sergipanos. Portanto, sem ajuda.
07/02/2011
9 de janeiro de 2012 às 23:50
O INSTRUTOR DE NAVEGAÇÃO AO CURSO ARR / CPSE – AJU: … o mesmo comentava coisas com certa dose de humor. Algumas coisas não se aprende no colégio. Porém aprendendo como se atracar embarcações, etc., … os cabeços do cais do Porto de Aracaju eram famosos no mundo. …
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ANEXO – 1 ( CABEÇOS NO CAIS DO PORTO DE ARACAJU )
… PETROBRÁS X PORTOBRÁS … a tripulação das embarcações é que ficava penalizada a tal situação. Da tripulação o pessoal da seção de convés. Do pessoal do convés a categoria de MNC. …
ANEXO – 2 ( presidente F. C. de Melo )
… quando o mesmo expressou, que lá fora o país estava desacreditado. Dentro do país nas portas de butecos de periferia, os mais adultos já se antecipavam uns 10 anos antes em comentar tal situação ali entre os mesmos. …
12 de janeiro de 2012 às 13:23
CURSO de ARR na CPSE – AJU: … nos anos 70, o instrutor das aulas de navegação, ao comentar o que não se aprende na escola. …
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ANEXO -1( CHEGANDO NO ANCORADOURO DA BÓIA DE ESPERA )
…o mesmo não queria ter o trabalho grátis de procurar saber com a praticagem qual era a situação da licença do piloto da lancha do prático. Exceto para o ancoradouro da bóia de espera em Sergipe, já que Zé Peixe chegava quase sempre de carona….