Nesse cenário marítimo a industria naval tem recebido massivos investimentos privados e subsídios governamentais, por incentivos fiscais e financiamentos do BNDES, a fim de acompanhar o crescimento da Marinha Mercante. Nota-se o grande programa de modernização e expansão da frota da armadora Transpetro, como parte do denominado programa “Levantar âncora, Brasil” do Governo Federal, em que se estima a construção de aproximadamente 42 embarcações, com entrega do primeiro lote, de 26 navios, à frota a partir de 2010. Acrescenta-se a isso, a recente aquisição de doze contêineiros pela Aliança, do grupo Hamburg Süd, que entrarão em serviço a partir do próximo ano para atender as linhas do Atlântico Sul. Ainda, um lote de cinco navios foi recém adquirido pela Log-In Logística, empresa ausente no PREST do CIAGA. Soma-se ao total cerca de cinqüenta embarcações de apoio, que deverão entrar em operação nos próximos três anos na área Offshore.
Recorda-se que a nova frota necessitará de novos oficiais mercantes para conduzir a nossa Marinha. Para fazer jus às aulas de Cálculo, Álgebra Linear, Cálculo Numérico vamos a alguns números para exemplificar a atual carência no mercado…estima-se que existem aproximadamente 2500 oficias de náutica e 2200 oficiais de máquinas aptos, ou seja, com os certificados válidos para embarque, possibilitando o exercício da profissão (nota-se que não existe equivalência entre estar apto e realmente estar na atividade). No ano de 2004 foi previsto segundo o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural(Prominp) uma demanda por 2960 oficiais, porém um novo levantamento está sendo realizado tendo em vista as recentes guinadas da Marinha Mercante. Se for levada em consideração, de uma maneira muito simples, a entrada em serviço dos novos navios, em torno de cem (citados no parágrafo anterior), será preciso cerca de 700 pilotos e maquinistas nos próximos cinco anos. Fez-se essa “carteação” tendo em mente uma tripulação composta por sete oficiais em cada navio e por levar em consideração as aulas de estatística ministradas pelo ilustre mestre Swamy sendo assim possível fazer uma analise do atual mercado de trabalho em que se descobriu, por meio de um levantamento paranormal, uma taxa de crescimento anual de 4,28 % da necessidade de marítimos. Já implícito o número de baixas decorrentes de naufrágios daqueles que não prestaram atenção às aulas de Estabilidade, falecimentos por falta de conhecimento sobre o uso da palamenta de salvatagem, incêndios nas praças de máquinas, e aposentadorias.
A realidade do mercado se expressa que somente o setor offshore absorverá 300 oficiais até 2011.A Transpetro, que enfrenta grande dificuldade com a rendição segundo relato dos últimos praticantes, possui atualmente 700 oficiais, pilotos e maquinistas. Nela o número de marítimos saltou de 1,8 mil em 2000 para 2,2 mil em 2007, uma alta de 22.2% ,mesmo com a média de 100 aposentadorias por ano. Cita-se que a NSA, associação de armadores noruegueses que atuam na navegação de apoio, fechou contrato com 40 formandos do ano passado; a Maersk mais 10; a Aliança, a Norsul, a Elcano, a Global, também são empresas com grande carência no quadro de oficiais.
Vale à pena ressaltar que, embora a demanda seja alta, os armadores têm adotado criteriosos exames e avaliações em todos aqueles que se dispõe a ocupar uma vaga. Os que se safam no inglês começam com um pé à frente. Destaca-se também a agilidade interpessoal, a comunicação, a segurança em demonstrar os conhecimentos adquiridos na EFOMM, dentro os quais se pode citar da parte acadêmica a Navegação, Meteorologia, Legislação, Estabilidade, Salvatagem. Quanto às habilidades pessoais é altamente valorizado o espírito de liderança, o saber lidar com o próximo, o saber comandar, o saber lidar com a tensão e o estresse. Como “os meios justificam os fins”… a disciplina, decorrente do regime adotado na nossa Escola, é de fundamental importância para que o sucesso profissional seja alcançado.
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