Com o Programa de Modernização e Expansão da Frota de navios da Transpetro (PROMEF), a indústria brasileira tenta reconquistar sua antiga participação no mercado internacional. O presidente da Transpetro, Sergio Machado, afirma que a indústria vive uma realidade inversa à dos anos 90. Segundo ele, para apagar duas décadas de estagnação é preciso uma modernização em todo setor naval.
A indústria naval vive tempos de esperança e credibilidade, visto que, duas décadas atrás, as empresas não conseguiam reter os recém-formados e hoje já os contratam antes de concluírem o curso. José Menezes Filho, gerente da Inspetoria Marítima da Diretoria de Transporte Marítimo, ressalta: “Há 15 anos, os centros de instrução formavam um reduzido número de oficiais, uma vez que o desemprego no setor desestimulava o interesse pela carreira”.
A Transpetro possui uma frota de 52 navios aptos a transportar seus produtos. Como essas embarcações possuem idade média de 23 anos, até 2014 esse número cairá para apenas 19 navios petroleiros.
O Promef foi lançado em 2004 e tem como objetivo encomendar a construção de 146 embarcações e 49 navios, custando um total de US$ 5 bilhões. Isso vai proporcionar novas vagas para aproximadamente 3.800 tripulantes.
O Plano foi dividido em duas fases:
- Na primeira, serão entregues 10 navios Suezmax, 5 Aframax, 4 Panamax, 4 de petroleiro e 3 gaseiros, totalizando 26 navios.
- A segunda fase contará com 4 navios Suezmax, 3 Aframax, 8 de petroleiro, 5 gaseiros e 3 de bunker, totalizando 23 navios.
As 146 embarcações visam dar suporte às diversas atividades necessárias à extração de petróleo, como o manuseio de âncoras de grande porte das plataformas (54 embarcações), reboque (10), envio de suprimentos (64) e embarcações voltadas para recolhimento de óleo no caso de vazamento (18), conforme exigido pelo IBAMA.
No dia 30 de novembro de 2007, faltavam apenas 3 navios gaseiros para a finalização da primeira fase do plano, onde US$ 2,5 bilhões foram investidos.
A segunda fase do projeto, Promef II, foi iniciada em um evento realizado no Rio de Janeiro no dia 26 de maio, contanto com a presença do Presidente da República além do governador do Estado e do prefeito municipal. “Materializado o Programa de Modernização e Expansão da frota, a Transpetro pretende escrever as próximas linhas dessa história, da qual se extraía uma indústria naval forte, mergulhada numa nova era de prosperidade e desenvolvimento”, disse Sergio Machado, Presidente da Transpetro.
Um pouco de história
A indústria naval teve altos e baixos marcados por períodos distintos na história do Brasil. Durante as décadas de 60 e 70, o Brasil atingiu seu ápice na construção de navios e conquistou o segundo lugar na indústria naval mundial, exportando para países como Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, França e Grécia e oferecendo 40 mil empregos diretos e indiretos. Em 1961 o estaleiro Mauá com recursos do Fundo de Marinha Mercante construiu o primeiro navio cargueiro, batizado de Ponta de Areia. O objetivo do Fundo era financiar a construção de novos navios, o que seria o marco inicial para um futuro próspero.
Infelizmente com o tempo a situação foi se denegrindo. Diversos impasses nos anos que se seguiram fizeram com que o quadro se invertesse deixando a indústria naval com sua produção praticamente estagnada.
Saiba mais
- Plano para revitalizar indústria naval prevê investimento de US$ 5 bilhões;
- PROMEF — Programa de Modernização e Expansão da Frota XXº COPINAVAL (pdf);
- Transpetro inicia hoje segunda etapa do Promef;
- Promef II: convites aos estaleiros serão feitos hoje;
- Promef II deve beneficiar estaleiros.
Mídia impressa
- Jornal transpetro ano 5 nº 77 / abril de 2008
- Jornal transpetro ano 5 nº 79 / junho de 2008
- Jornal transpetro ano 5 nº 81 / julho de 2008
- Transpetro edição especial.
por contribuidor civil Renan Braga
6 de janeiro de 2009 às 21:59
Matéria muito boa, gostei muito!
6 de janeiro de 2009 às 23:17
Raoni, obrigado por comentar, pois assim vejo o resultado do meu trabalho e isso é algo que empolga a qualquer escritor.
Meu objetivo foi mostrar que mesmo com essa crise mundial, a marinha mercante se desenvolve e nós, futuros mercantes, só temos o que ganhar.
7 de janeiro de 2009 às 9:39
Parabéns Renan!
Adorei a matéria.
12 de janeiro de 2009 às 13:43
Parabens Renan !!!
A matéria ficou excelente.
Além de dar uma ótima informação ao público, ao mesmo tempo “clareia a barra” dos jovens oficiais que estão concluindo o curso, daqueles que permanecerão mais algum tempo e ainda daqueles que desejam entrar agora a escola, mostrando a todos que o horizonte está “uma navalha” (bastante claro).
Quero acrescentar ainda que outras empresas, tanto de off-shore quanto de navegação também estão encomendando embarcações.
Neste setor, não devemos nos preocupar, o mercado de trabalho está ótimo.
Abraços.
15 de janeiro de 2009 às 2:17
Obrigado mais uma vez e pude perceber que a resposta foi a que eu nao esperava e isso me empolga cada vez mais. Próxima matéria será uma entrevista com o comandante Moreira Neto sobre as mudanças que a marinha mercante vem sofrendo e um pouco mais sobre a vida a bordo. Essa matéria só entrará ao ar após a adaptação, para que o jornal nao fuja do seu foco.
15 de janeiro de 2009 às 11:28
A matéria esta muito boa parabens pelo trabalho.
28 de janeiro de 2009 às 23:48
Parabéns pela matéria com bastante informação. O trabalho está bom abessa!
29 de março de 2009 às 22:23
Muito boas as reportagens!
4 de abril de 2010 às 22:16
parabens gostei de mais, muito bom!
5 de julho de 2010 às 15:56
Parebéns!.
14 de junho de 2011 às 8:42
Eu acho que hoje, a transpetro tem que melhorar a suas frota, pra aumentar a qantidades de vaga de empegos de maritimo .