A região conhecida como “Chifre da África” tem chamado a atenção de todo o mundo em razão de sequestros de navios de grande porte por piratas somalis. O sequestro de um petroleiro saudita, em novembro de 2008, abriu os olhos das autoridades mundiais para o que está acontecendo neste local, uma das mais importantes rotas de navegação do mundo.
Os piratas são organizados e administram suas ações de forma bastante sofisticada usando de tecnologia e inteligência. Utilizam-se de telefones via satélite e de aparelhos de GPS. Fortemente armados com lança-granadas e rifles AK-47, contam com a ajuda de contatos posicionados em portos do Golfo de Áden (entre a Somália e o Iêmen), que lhes avisam sobre a movimentação dos navios e os abordam com lanchas potentes que são capazes de chegar nas embarcações em alto-mar.
Em algumas ocasiões, eles disparam contra os navios para forçá-los a parar, o que facilita sua tomada. Os piratas conduzem a embarcação capturada até o porto de Eyl, na Somália, centro das operações da pirataria. Ali, eles geralmente desembarcam os reféns, que são mantidos até o pagamento de um resgate.
Nove países estão deslocando navios de guerra para o combate a pirataria, mas parece que esses esforços não estão surtindo efeito. O navio Sirius Star, capturado em novembro, estava a uma boa distância ao sul da costa da Somália quando foi pego. A área na mira dos piratas agora inclui quase 25% da superfície do Oceano Índico. Classificadoras estão recomendando aos comandantes medidas como manter vigias e navegar com velocidades mais altas na região.
Não existe uma legislação internacional para os acusados de pirataria, apesar de muitos terem sido julgados no Quênia, enquanto outros presos por militares franceses estão respondendo a julgamento na França. Alguns diplomatas argumentam que é necessária uma corte internacional para esse tipo de crime, que tenha o apoio da ONU, além de uma prisão internacional para os condenados.
O Ministério das Relações Exteriores do Quênia estima que os piratas tenham faturado US$ 150 milhões no ano passado com o pagamento de resgates. Além dos prejuízos diretos para os envolvidos na indústria da navegação,a pirataria afeta o consumidor comum tendo como principal resultado o encarecimento do frete com consequente aumento do preço das mercadorias transportadas. As empresas de transporte de carga passam adiante os custos de segurança, seguro, recompensa e combustível extra. Por fim, esse aumento chega as nossas casas. Estima-se que em 2008 a pirataria tenha custado entre US$ 60 milhões e US$ 70 milhões.
por Of. Al. Jordson
fonte: Porta G1 Notícias
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