Em março começaram os embarques em offshore para os alunos do 3º ano visando fundamentar o conhecimento teórico através da aplicação deste na prática, além de permitir a adequação às condições de trabalho no mar.
O primeiro grupo, composto de 6 alunos, embarcou no dia 16 de março no PSV Maersk Vega. Platform Supply Vessel (PSV) é a embarcação que trabalha abastecendo unidades offshore (plataformas de petróleo) e também recolhendo material que não é mais necessário, como produtos utilizados na perfuração por exemplo.
Na quarta-feira (16), os alunos chegaram a Macaé e foram levados diretamente ao terminal onde a embarcação estava atracada preparando para suspender. Foram recebidos pelo 1ON Diego que os instalou em confortáveis camarotes e seguiram para o passadiço para presenciar a manobra de desatracação. Assistiram a tudo curiosos e interessados em seu 1º contato com o passadiço de um navio mercante em real funcionamento.
Após serem apresentados ao Comandante da embarcação, Marcello Romanello, receberam deste a instrução de que todo o aprendizado adquirido durante o embarque só dependeria do interesse deles já que havia total disponibilidade da tripulação em ensinar.
O Serviço foi logo dividido e, como todos eram estudantes de Náutica, cada quarto de serviço era composto de 2 alunos. Durante os quartos, além dos oficiais já citados, o Imediato 1ON Murilo e 2ON Leandro procuravam ajudar muito, deixando todos à vontade para esclarecer dúvidas e conversar sobre a carreira no geral, o que permitiu aos alunos obterem um maior rendimento, provando a importância de uma boa tripulação para tornar o ambiente de trabalho agradável, evitando qualquer estresse ou fadiga que essa profissão pode gerar.
Desde o início já procuravam absorver o máximo de informações de cada aparelho obtendo detalhes de fácil entendimento devido à grande paciência da tripulação. Aprenderam a manusear a carta eletrônica, radar, AIS e outros equipamentos de comunicação e manobra conhecidos até então só nas aulas teóricas de navegação. Passaram mensagens para plataformas pelo VHF, traçaram derrotas na carta náutica e consultaram publicações disponíveis para estudo. Aprenderam diversos tipos de nós usados na marinharia, preencheram livros de base para o diário de bordo, obtiveram azimutes de diversos astros através do uso da alidade-gisroscópica juntamente com outros dados que, inseridos em um programa, exibia a marcação verdadeira. Apesar de tudo isso, nada empolgava mais os alunos do que ter o controle da embarcação em suas próprias mãos ao manusearem com atenção e cuidado o timão além de ficarem impressionados com as lindas imagens da paisagem que a profissão proporciona.
Na quinta-feira, dia 17, os alunos foram levados a fazer uma familiarização pela embarcação instruídos pelo 1ON Diego que apresentou os equipamentos e procedimentos de segurança e salvatagem, praça de máquinas e centro de controle, lavanderia, salas de estar, além de paióis, conveses e outras acomodações. Ao conhecerem os materiais destinados para situações de emergência, tiveram a oportunidade de utilizarem a máscara de respiração autônoma e também a roupa de imersão.
A familiarização fez com que notassem também todo o conforto no restante da embarcação e conhecessem os outros tripulantes (maquinistas, funcionários do rancho e do convés) e perceberam que a educação e o ótimo tratamento dominavam, independente do posto ou local de trabalho.
Durante o período embarcado, participaram de 8 operações de abastecimento de plataformas na Bacia de Campos. Observaram atentamente todas as manobras de posicionamento dinâmico feitas nas proximidades das unidades acompanhando todos os passos e reconhecendo, além da complexidade, também a responsabilidade do operador. Presenciaram o preenchimento dos documentos relacionados à entrega ou recebimento de carga e também a transferência propriamente dita, conhecendo as dificuldades existentes e notando a atenção necessária para sobrepô-las. As operações eram basicamente entrega de contêineres de carga variada como rancho (incluindo carga refrigerada – contêiner reefer), produtos químicos e outros, transferência de água potável e recebimento de material inutilizado.
Além de se informarem sobre a própria embarcação e diversas operações, os alunos aproveitaram para conhecer também um pouco da empresa fazendo muitas perguntas sobre regime, benefícios e valorização do trabalhador. Conheceram também de perto a rotina de um praticante-aluno tirando as principais dúvidas sobre o período de praticagem com dois praticantes de náutica da embarcação, formados na EFOMM-CIABA que não se cansavam de explicar tudo mostrando o grande conhecimento adquirido em apenas três semanas, provando a rapidez de aprendizado quando o método de estudo é prático.
Na madrugada de sábado, a embarcação fundeou em Macaé esperando autorização para atracar. Como o tempo era curto, os alunos procuraram aproveitar ao máximo as últimas horas desta rara oportunidade.
Ao final desta experiência , constataram que o aprendizado havia sido surpreendente e rapidamente fixado já que a base do estudo foram as operações propriamente ditas e os equipamentos funcionando em tempo real, além de haver interesse da parte dos alunos e uma excepcional atenção e dedicação da parte dos tripulantes.
Por Al. Bianca Barbosa
6 de abril de 2011 às 22:56
quem ja repetiu o ensimo medio alguma vez poder se inscrever para o ciaga?
13 de abril de 2011 às 8:01
Pode. Para EFOMM, em especial, você deve ter até 24 anos no ano de realização do concurso.