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    Mercado, Navios » terça-feira, 30 de julho de 2013 »
    Competitividade: um grande passo no crescimento da indústria naval brasileira

    João Cândido ……..O mercado mundial da construção naval é dominado por um grupo seleto de potências, das quais Coréia do Sul (destaque na construção de petroleiros e porta contêineres), Japão e China (expoente da fabricação de graneleiros) somam por si só 75% da produção de navios. Nesse cenário, a abertura para o crescimento de um novo fornecedor pode parecer complicada, mas o momento vivido pelo Brasil nunca foi tão promissor para encarar esse desafio.

           Desde seu lançamento, o PROMEF (Programa de Modernização e Expansão da Frota) vem ampliando o setor da construção naval no Brasil, através da encomenda de 49 navios para atender à frota da Transpetro. O investimento de 11 bilhões fez renascer os estaleiros brasileiros, mas o próximo passo é ainda mais ousado; Sérgio Machado, presidente da empresa, afirma: “Os estaleiros não podem se acomodar. Agora é tempo de buscar competitividade, para disputar o mercado internacional“.

    ………O caminho para o grande objetivo passa por 3 fases básicas, que Machado descreve como “fabricar os navios no Brasil, atingir um índice de nacionalização de 65% e após a curva de aprendizado, ser competitivo em nível mundial.” Essa não é uma meta exclusiva da Transpetro, pelo contrário, é uma causa que deve ser discutida a nível nacional.

    sergiomachjado

            A falta de produtividade e tecnologia, que levaram à crise na indústria naval, fez com que os monopólios do tráfego marítimo caíssem nas mãos de empresas estrangeiras. O Brasil vem investindo para levar tecnologia e qualificação aos estaleiros a fim de que, em um horizonte de longo prazo, possa estrategicamente decidir o que irá transportar – é o que fortalece a soberania de um país.

    ……….Embora esses investimentos sejam fundamentais para reaquecer a construção naval brasileira, existem obstáculos de gestão que também devem ser transpostos. O transporte aquaviário, o qual possui um custo muito menor que o modo rodoviário, comparativamente ainda é pouco explorado no país, um viés logístico que interfere no desenvolvimento da navegação nacional. Uma adequação nos gastos poderia impulsionar ainda mais a indústria da produção de navios, favorecendo o caminho para a expansão da frota em busca da competitividade com as grandes potências que dominam o mercado.

            Não é um processo rápido, mas certamente é possível. Mais que possível, com os avanços experimentados até agora, torna-se cada vez mais provável. Nas palavras do presidente da Transpetro, “estamos competitivos na indústria tecnológica e automobilística, em todos os setores e vamos ser na indústria naval.

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