A edição de abril e 1976 é a primeira que se tem conhecimento da adoção de um leiaute verdadeiramente de jornal. Impresso em 8 páginas A3 inteiriças, pela primeira vez O PELICANO teve “cadernos” e “colunas”, uma grande evolução em relação da década anterior, impressas em A4 e formatadas como livreto.
Desta relíquia podemos tirar um outro fato interessante: É a primeira vez que pode ser notado alguma relação entre a expressão “PELICANO” e os então chamados “CALOUROS”, nossos atuais “FERAS”. Muito da história do jornal se perdeu com o tempo e são esses poucos laços que mostram como o linguajar evoluiu desde o tempo da Escola de Marinha Mercante do Rio de Janeiro e isso ajuda a desvendar a razão pela qual somos O PELICANO e não A GARÇA ou O ALBATROZ.
Ainda em contraste com as edições anteriores, esta é a primeira onde é mencionado a EFOMM como a Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante, e é a primeira vez que o jornal identifica a si próprio como o Órgão de divulgação da SAMM, ao contrário do Departamento de Imprensa do Grêmio do Corpo de Alunos.
Seguem as palavras do primeiro edital conhecido, escrito após a década de 60:
Duas palavras
Depois de um logo período de calmaria, bons ventos voltam a soprar para o nosso jornal O PELICANO, que desde longa data é parte integrante na vida do aluno desta escola (que o digam as turmas anteriores).
Reza um provérbio chinês: “O mais difícil é dar o primeiro passo” e nós, da redação acabamos de nos certificar desta verdade ao darmos por concluída esta primeira edição. Assumimos a responsabilidade d’O PELICANO com o pesado encargo de tirá-lo da inércia em que viveu para colocá-lo a “Toda marcha à vante”, esforçando-nos para que as suas edições tornem-se mensais IN FACT, e não periódicas como acontecia anteriormente.
Com esta apresentação convocamos a todos os que desejarem contribuir para o melhoramento de nossas edições futuras a colaborar conosco para que O PELICANO se torne o jornal não só de um grupo, mas de todos os alunos da EFOMM indistintamente.
A vocês, entregamos, pois, este primeiro número e pedimos uma coisa: ANTES DA CRÍTICA, A COMPREENSÃO.
A REDAÇÃO.
Esta edição contou com um especial de uma página sobre a SAMM, proporcionando aos feras informações úteis sobre como a Sociedade Acadêmica da Marinha Mercante funciona e quais são os seus propósitos. Além disso foi publicada uma reportagem sobre os “Ratos de Praia”, criminosos que se aproveitam da distração dos banhistas para levarem tudo que puderem. Também foi retratado a assinatura do Convênio de Ensino entre a Marinha e o Governo Estadual, para cooperação técnica na área profissionalizante do 2º grau, objetivando o cumprimento da Lei 5.692 que havia reformulado o ensino no país.
Humor e cultura também tiveram espaço nesta edição. Depois de pesquisas, a equipe chegou às 21 características do aluno perfeito (ironizando os pontos fortes de alunos de todos os anos) e na coluna Música o corpo de alunos pode aprender a cantar ROCK AROUND THE CLOCK, por Bill Harley and The Comets.
Pensamentos
Esta edição introduziu pela primeira vez uma série de valiosos pensamentos no rodapé de cada página. Tal hábito perdurou por várias gerações futuras, eis algumas citações desta edição:
O mar é o eterno movimento; palpita nas vagas, esfuzia na brisa, corisca e ulula, espadana e acaricia, braceja e espuma.
Buarque de LimaTirai do mundo a mulher, e a ambição desaparecerá de todas as almas generosas.
A. HerculanoAntes do automóvel nós víamos as árvores.
Agora são as árvores que nos veem.
G. de AlencarO ignorante a todos repreende e mais fala do que menos entende.
Adágio popular
Expediente
- Oficial Orientador
- Ten. Pereira
- Editor
- Aluno Samuel
- Redatores
- Alunos Maurílio, Marinho, Vanderley e Matusalem
- Colaboração
- Alunos Lúcio, Bandeira, Paulo Moreira e R. Fernandes
- Agradecimento especial
- Jornalista Walter Rizzo