A segunda edição d’O PELICANO de 1976, com 8 páginas impressas em papel A3, teve como destaque de capa a matéria “O mar em foco”, escrita pelo Prof. Hamilton Blóis, além do editorial, abaixo transcrito:
Apresentamos o segundo número d’O PELICANO e esperamos que você o leia com carinho.
O PELICANO, mais que um simples jornal, representa a exteriorização das idéias dos alunos. É, pelo menos, nosso desejo e nós nos esforçamos para que assim seja interpretado o nosso jornal.
Do primeiro número e da reação que ele provocou, tiramos proveitosos ensinamentos. Apesar das falhas (explicáveis por ser o primeiro), a maioria dos leitores soube compreender com acerto a sua finalidade. E isso nos alegra!
Como era de se esperar, recebemos críticas: umas construtivas, outras inúteis. Aos que fizeram a crítica construtiva, agradecemos. Aos autores de críticas pejorativas, nós pedimos mais complacência e, sobretudo, bom-senso.
Queremos deixar patente, entretanto, que foi a acolhida positiva da maioria […] para prosseguirmos na confecção deste jornal.
Um dos nossos objetivos é contribuir para a criação, no ambiente escolar, de um clima de camaradagem e de sadia desconcentração no relacionamento entre as turmas. Seja esta contribuição feita através do humor ou de assuntos que galvanizam o interesse de todos.
Compomos, alunos da EFOMM, a tripulação de um mesmo barco. Lastimamos se alguns não conseguem entender algo tão simples.
A REDAÇÃO.
Esta edição contou com reportagens engraçadas sobre o Fenômeno Hippie e o trânsito no Rio de Janeiro (“Esses motoristas e suas máquinas malucas”), além da cobertura de diversos fatos sociais do mês, como a vitória sobre a Escola Naval de 3×2 no futebol, palestra realizada pelo Deputado Estadual Gama Lima cujo tema foi “Comunicação em massa”, o baile de encerramento do primeiro semestre, anunciado pela SAMM e o curso de Fotografia, oferecido pelo Grêmio de Fotografia e o anúncio da criação do Grupo de Teatro Amador (GRUTA), realizado pelo corpo de alunos.
O uso do Fonoclama na época também é retratado de forma bem irônica:
Talvez você não saiba, mas você está sofrendo de “FONOCLAMOFOBIA”. […]
Em recente pesquisa, ficou constatado que 100% dos alunos têm verdadeiro pavor a esses pequeninos auto-falantes com cérebro na sala de estado do Corpo de Alunos.
O pior é que não adianta correr para lado nenhum do CIAGA, pois em qualquer canto, por mais escondido que seja, lá estará um, oculto atrás de uma árvore ou uma pilastra, sempre pronto a tirá-lo do anonimato. […]
Récorde interessante é também o que certos alunos vêm tentando bater. O mesmo consiste em sair correndo do camarote na primeira vez que ouvir o seu nome sendo chamado e chegar à sala de estado antes que o mesmo seja repedito outras vezes. O melhor tempo até agora está com um aluno da equipe de atletismo, que ao chegar à sala de estado só tinha sido chamado quatro vezes. […]
Os “experts” no assunto afirmam que dependendo do número de vezes que o elemento for chamado pode-se calcular a natureza do problema, assim: uma vez, telefone externo; duas vezes, falar com Walter Rizzo; três em diante, audiência. […] Caso o mesmo fique mudo por muito tempo pode se tratar de pagamento.
Senhores, infelizmente vou ter que parar de escrever.
Estou sendo CHAMADO.
por Al. Maurílio
Também houve espaço para uma vasta seção de humor com várias charges de situações do dia a dia e no âmbito cultural a coluna “Destaque Musical” protesta quanto a invasão de cultura estrangeira em nosso país e como resposta traz a letra da música “Meu mundo e nada mais” de Guilherme Arantes, afinal a MPB era e ainda continua sendo uma das mais belas em todo mundo.
Expediente
- Oficial Orientador
- Ten. Pereira
- Editor
- Aluno Samuel
- Redatores
- Alunos Maurílio, Bandeira e Pereira
- Colaboração
- Alunos Marinho, Rossato, Correia Neto e Prof. Hamilton Blois
- Agradecimento especial
- Jornalista Walter Rizzo